segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Versão Popular - Atitude poética


Há mais de 10 anos somando na cena hip-hop da Cidade Cinza – Terra da garoa para os mais saudosos  – através da poesia em forma de rap, o grupo Versão Popular vem alimentando a cabeça e os corações dos moradores das quebradas de São Paulo sedentos por versos quentes, atitude e ideias que façam refletir de alguma forma sobre a vida e sociedade. 

Todos moradores da zona sul, o grupo formado por Cocão, Preto Will, Kelly, Leandro e o DJ Zeca, traz influências dos grandes nomes do rap nacional como GOG, Consciência Humana e Racionais MC’s, artistas que também faziam, e fazem, de suas músicas verdadeiras poesias. Não por acaso, esta característica também se faz presente na caminhada do Versão Popular, mas não somente em suas canções, duas das cabeças pensantes da banda, Cocão e Preto Will, fazem parte do time que há 10 anos promove, todas as quartas-feiras, um dos saraus mais respeitados da cidade, o Sarau da a Cooperifa – Cooperativa Cultural da Periferia, inciativa idealizada pelo poeta Sérgio Vaz. “Na minha opinião, a Cooperifa é a auto-afirmação para cada um de nós como comunidade e como cidadão. Nos trouxe amigos, pessoas maravilhosas, nos deu visão sobre as coisas, conhecimento de coisas que até então para nós parecia impossível”, conta o rapper Cocão e acrescenta, “hoje sonhamos acordado, vivemos mais a quebrada, as pessoas, vivemos mais a nossa vida. Orgulho em dizer SOU PERIFERIA”. 

Atualmente o Versão Popular está trabalhando a divulgação do álbum 'Quem viu, viu', lançado há poucos meses, que conta com participação de nomes de responsa na produção músical, como Guilherme Araujo e DJ kula, além dos rappers Wesley Nóog e B. Valente, que fecham o time nesse CD.

A ascensão do Rap novamente à mainstream, com a atenção voltada principalmente aos dois grandes nomes atualmente, Emicida e Criolo, não deslumbra o grupo, que mantém os pés no chão com relação ao espaço cedido ao rap. “Não temos investimento, no geral, são poucas rádios, espaços reduzidos, enfim. Existem muitos grupos de rap bons, porém muitas marcas que se dizem ser pelo movimento não investem neles, nem em eventos”, explica Cocão. Apesar disso, admiram e respeitam bastante o trabalho desses artistas, hoje famosos graças ao Rap, e vêem com bons olhos o retorno do estilo aos lugares ocupados somente na década de 90. “A classe média tá ouvindo, se aproximando. A música de periferia, antes marginalizada, hoje também está ficando sofisticada, isso é bom”, diz Cocão, e conclui, “o que quero é que o rap não deixe de ser Rap, para se moldar aos perfis de baladas. Criolo e Emicida são artistas que estão colhendo o que plantaram, consolidando suas historias, como Racionais e muitos outros”.

Pra que você conheça o som dos caras aqui vai uma pedrada do Grupo, a sonzera que leva o nome do álbum - Quem viu, viu.



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por Thiago Peixoto

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