quarta-feira, 21 de março de 2012

((Antene-se)) Return to forever - Where Have I Known You Before



Como funciona um estilo difundido para determinados intervalos de tempo? Como a repercussão do modal africano com o swing de batida amena do jazz cinquentista, ou, talvez, a planície de reverenciar um grupo com todos os apetrechos necessários, para marcar uma gama de músicos que mudaram uma ideia de se fazer música, isso é Return to forever, uma banda a princípio dentro da ideia do Fusion, com todas as suas particularidades, que não são poucas, porém, que instituem uma marca registrada muito pouco usual para a progressão do fusion setentista, pois as suas formas de juntar os elementos jazzisticos com fórmulas eletrônicas de base dentro de um modelo tão inovador e complexo, quanto é o de Chick Corea, é no mínimo conluioso dizermos que é uma simples banda de Fusion.

Where Have I Known You Before é o quarto álbum do grupo, um mártir, uma verdadeira primazia de junções de bases eletrônicas com forte referencia jazzística de curto molde adestrativo, particurlamente, eu vejo esse álbum como um entorpecente para as outras bandas de progressivo que viriam depois, até mesmo bandas como Gentle Giant e Focus, por demarcar exaustivamente um modelo que chamaremos agora de Jazz eletrônico Semi Auto (JESA).

O JESA é um molde representativo que eu criei para demarcar a projetividade de uma temática complexa de grupos de fusion, onde cada grupo possui os Medidores de Complexidade Harmônica (MCH), que é um encontro quase que direto das formas como cada músico age com seus critérios de modelagem estética da música, progredindo assim o resultado final, que seria o reconhecimento ou não dos apreciadores. O MCH deste álbum tem fatores bem pouco elaborados até então, Chick Corea usa um Moogie com intercalações de pequenas distorções assimétricas, Slanley Clark usa de um equipamento que gera o som de um nó, Al Di Meola usa de um sintetizador com fragmentos nas bases dos solos, e Lenny White usa de uma técnica de mão que é reverenciado por muitos jazzistas contemporâneos, a mão solta com caídas rápidas de acentuação na proximidade nos contratempos, uma verdadeira técnica, única e complexa.

Ao todo este álbum tem um ponto em especial, Al di Meola, o então jovem Meola com 19 anos já ministrava com vigor sua capacidade técnica com o grupo, e teve ideias criativas de criar pontos de modelagem para os seus solos em conjunto com os de Chick Corea, sem dúvida um álbum original e promissor a escala Jazzística moderna, vale a pena ouvir.

Texto de Cauê Campanelli, autor do blog Etimologia das Coisas

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